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Red Internacional de Huertos Educativos

Em 2019 fui ao Chile participar do 9º encontro da “Red Internacional de Huertos Educativos”, uma articulação que começou no México em 2009. Durante 3 dias, ativistas, pesquisadores, educadores e sobretudo cuidadores de hortas se encontraram em Villarica, linda região de lagos no sul do país, para trocar experiências e nos apoiarmos mutuamente. Havia muita gente do México, Chile e Uruguai, além de delegações menores de vários países da América Latina e participantes avulsos de outras terras. Entre cerca de 250 pessoas éramos 5 brasileiros:

Mity Hori, Gabriel Zei e eu de SP, Julio Maestri e Carina Lorenzi do Cepagro, que fica em Florianópolis.

 

Diante dos gigantescos problemas que os agricultores profissionais familiares e agroecológicos enfrentam, muitas vezes nós, hortelões ativistas e educativos, ficamos escanteados. Então foi muito bom ter a chance de conversar só sobre a realidade das nossas hortas. Aprendi que a insuficiência de voluntários comprometidos, por exemplo, acontece em toda parte. E que as políticas públicas e investimentos governamentais, quando existem, costumam ser frágeis. Apesar disso, as hortas avançam porque a força da tradição camponesa é imensa. E seguimos tentando, inclusive, empurrar as escolas para levar seus alunos a aprender ao ar livre, na natureza.

Aprendemos muitíssimo também com as comunidade mapuche, povo originário da região. Eles nos receberam e nos guiaram com carinho, além de nos alimentar com sua gastronomia deliciosa. Várias atividades começaram com cerimônias em que pedíamos permissão aos espíritos da natureza e dos ancestrais mapuche para nossos trabalhos.

Um assunto que nos mobiliza e preocupa é a erosão genética da agricultura e a tentativa de privatização das sementes. Precisamos mesmo atuar em rede internacional para garantir a preservação do que resta da biodiversidade agrícola e o livre trânsito das sementes tradicionais. 

Tive a oportunidade de apresentar o que se passa nas hortas comunitárias de São Paulo e também as rarefeitas políticas públicas sobre agroecologia e agricultura urbana em diferentes regiões do Brasil. 

Toda essa experiência fortaleceu em mim a consciência de que quase todos nossos problemas se resolverão quando nos tornarmos uma sociedade de hortelões/cozinheiros/guardiões de nascentes. As hortas comunitárias servem para nos treinar e iniciar a construção dessa realidade.

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